Na noite passada (desculpa lá, ó Sergio) estava num bar a experimentar as promoções do dia (shot + imperial por 1,5 euros) e a conversar com um amigo quando reparei no programa que estava a passar na televisão. Era uma reflexão sobre a eterna simbiose do Homem com a Natureza vista sob a perspectiva portuguesa, ou seja, era uma tourada em diferido. Digo-vos já que achei muito mal o coitado do touro andar ali a ser espetado com uns paus no lombo, às tantas mais parecia uma almofada de alfinetes. Se eu fosse touro não ia gostar que me espetassem paus assim, pelas costas, sem pedirem licença nem nada.
Mas o pior é que depois de alfinetarem o touro todo, o cavaleiro ainda começou a gozar com o animal e pôs o cavalo a fazer uns truques catitas, tipo trotes, danças e pinotes e mais umas palhaçadas para inglês ver. Ora, não me venham cá a dizer que o cavalito aprendeu a fazer aquilo tudo à pala de torrões de açucar e tal, porque senão qualquer Pinilla marcava golos atrás de golos - era só ter uns torrões de açucar à mão e pronto.
Ná, o que se passa ali é que o cavalo tem uma série de eléctrodos enfiados debaixo do couro que são accionados pelo cavaleiro através de um comando bluetooth. Então, vamos dar um pinote, zumba!, eléctrodo 2 nas coxas; agora a trote, pás!, electrodos 5a, 5b, 5c e 5d alternados, um em cada perna; e por ai adiante. Agora, quando virem na televisão um cavalo a ajoelhar-se, já sabem, não é inteligência ou treino, é mesmo uma descarga certeira na mioleira (aposto que vocês também se ajoelhavam).
O mais caricato é que só me apercebi deste esquema todo depois de duas promoções do dia - e ainda dizem que o álcool degrada o cérebro.