fevereiro 05, 2006

Vai-Vém

Cada vez ando mais preocupado com o aumento vertiginoso do número de portugueses que sofrem de perturbações mentais complexas. A quantidade crescente de sócios benfiquistas é disso um excelente exemplo, bem como o facto de várias pessoas terem 3 ou 4 telemóveis, um para cada rede.
Mas, na verdade, o que me tem causado mais angústia é verificar, dia após dia, semana após semana, Morangos com Açucar após Morangos com Açucar, que cada vez existem mais condutores-autistas. Com certeza todos vocês conhecem ou já viram, pelo menos uma vez, um daqueles condutores que estacionam o carro com uma primeira manobra perfeita para depois, sem qualquer razão aparente, iniciarem uma longa sequência de vai-à-frente-vai-atrás-ajeita-aqui-destorce-ali, acabando finalmente por deixarem o carro exactamente na mesma posição em que tinha ficado aquando da manobra inicial.
Ora bem, a repetição de movimentos estereotipados, mecânicos e potencialmente bizarros é um dos sintomas mais visíveis e comuns do autismo, tal como uma acentuada dificuldade em estabelecer relações sociais e afectivas. E o facto é que, quando embrenhadas nos seus vai-véns obsessivos, estas pessoas deixam de pertencer ao "nosso" mundo e não reagem nem a palavras como "Pára lá com esta merda!", "O carro está bom, car*lho!" ou "Estás-me a dar gases." Rígidos e inflexíveis, os condutores-autistas tornam-se muitas vezes agressivos e deixam de dar boleia a quem os confronta com esta situação. Por isso, deixo desde já um aviso: quando virem alguém preso entre a 1ª e a marcha-atrás, não tentem tocar-lhe ou chamá-lo à razão - o melhor é ligarem para o Júlio de Matos ou, se situação vos estiver a chatear, aviar-lhe com um ferro comprido
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2 comentários:

Anónimo disse...

e com este post lah se foi o meu 96... *

linfoma_a-escrota disse...

tu preocupas-me...