novembro 12, 2004

Cinema português

Eu geralmente não costumo ir ao cinema ver filmes portugueses. Mas a culpa não é minha, a questão é que a oferta é muito duvidosa. São sempre os mesmos temas pseudo-intelectuais: a filha da Maria que só tem 14 anos mas já ganha mais a mostrar as maminhas do que o pai mestre em psicologia e a mãe cientista da comunicação (o tema da prostituição infantil); a descoberta do sentido da vida através de um plano fixo de 103 minutos (o tema do sexo +/- explícito); a (re)construção da relação de afecto entre o pai e o filho há muito separados (o tema do pai que foi obrigado pelo tribunal a dar pensão de alimentos ao filho que abandonou aos 3 meses, quando deixou a mulher a viver na rua com um par de cornos).
O que falta aqui, na minha opinião, é variedade de conteúdos e personagens carismáticas - o cinema português não tem, por exemplo, nenhum James Bond ou Conan. Ou melhor, não tinha. Porque eu lembrei-me DA personagem que pode finalmente dar um pontapé nos tomates da conservadora indústria cinematográfica portuguesa e obrigá-la a vergar-se e a rezar no colo do povo que paga bilhete. E essa personagem é - tcharaam! - o Emplastro. Exacto, o mongo que acompanha a equipa do FCP para todo o lado. Digam-me lá onde arranjam alguém com mais carisma, empatia pelas câmaras, simpatia e expressividade? Mete o Robin Williams e o DeNiro a um canto! Até já tenho uma história para o filme - vai chamar-se "Os Diários de Emplastro, Carago!" ou "Emplastro vai a Sevilha" e vai focar a atribulada viagem de milhares de km entre a capital da tripa e Sevilha, para assistir à final da Taça UEFA. E não vão existir as demagogias e conservadorismos do costume: o meu filme vai mostrar tudo, desde os roubos das carteiras das velhinhas para poder pagar a viagem até nuestros hermanos, passando pela prostituição fortuita para poder festejar em grande a inesperada vitória dos azuis da Invicta, até à peregrinação pelos caminhos de Santiago no regresso a casa, onde tem de fazer animação de rua e exibir os dentes de ouro preto para pagar o trajecto de autocarro entre Compostela e o Porto. Pelo meio acontecem ainda uma canonização pelos monges de Santiago, várias orgias, uma relação tórrida com a Marisa Cruz e alguns arrotos. Agora digam lá, não pagavam de bom grado 5 euros, mesmo sem desconto de cartão jovem, para verem tudo isto, ainda por cima grunhido em português? É verdade, estou neste momento em negociações com alguns peritos em línguas antigas para traduzirem e legendarem o antigo dialecto nortenho usado pelo Emplastro ao longo dos 263 minutos de filme...

1 comentário:

mokinha disse...

Só pk axo k em termos de cultura geral é importante aconselho a verem:

1) Os imortais (António Pedro Vasconcelos) - mt fixe pra filme português
2) Tráfico (João Botelho) - por ser a prova de k existem sp filmes piores k a branca de neve do João César Monteiro